Carta aberta do comando de greve estudantil

Caros alunos de CC, segue a carta aberta de comando de greve estudantil, que deve esclarecer para vocês os principais motivos pelos quais os alunos da UFF estão entrando em greve.

Próxima quarta, dia 06/06 haverá uma Assembléia Geral dos Alunos de CC, com local ainda a ser definido, afim de discutir a greve, e se os alunos pretendem ou não aderir à mesma.

Nos últimos dias ouviu-se falar bastante na greve dos professores da Universidade e muitos se perguntam quais seriam seus motivos. A greve tem como reivindicação, entre outros pontos, a reestruturação da carreira docente e melhores condições de trabalho e estudo.
Deflagrada em 47 universidades federais em apenas uma semana a GREVE É NACIONAL e tem como eixo o caráter público da universidade e a luta contra o processo de precarização. Os cursos pagos e as parcerias com grupos e empresas marcam o processo de privatização da universidade. A gestão dos hospitais universitários por empresas de capital privado e o mais recente convênio com o Banco Santander são bons exemplos.  A nova carteirinha UFF, que deveria ser nossa identificação estudantil, transformou-se em uma proposta de cartão de correntista do banco Santander. Isso reflete
diretamente, por exemplo, na meia entrada. A validade do cartão é a que consta no documento, que sequer apresenta o número de matrícula, tornando necessária a apresentação da declaração de regularidade de matrícula para garantir o benefício. Isso prova a lógica mercadológica
em que a educação está inserida.
As políticas públicas para a Educação refletem o descaso do governo com esse setor. O processo de expansão que vem ocorrendo desde a aprovação do REUNI em 2007 aumentou em até 100% o número de estudantes, sem direcionar na mesma proporção investimentos para garantir condições estruturais básicas. A grande contradição é que desde sua implementação a atuação do governo é marcada por sucessivos cortes de verba na educação: cerca de 5bilhões nos últimos anos, sendo
1,9bi só no governo Dilma para o ano de 2012. Como podemos expandir com qualidade sem investimento real e ainda sofrendo ataques que impedem a garantia do tripé ensino-pesquisa-extensão?

No nosso dia-a-dia, isso se manifesta na falta de professores, falta de salas de aula, quantidade insuficiente de bolsas, falta de
laboratórios e material, restrição na verba para pesquisas de campo, falta de moradia estudantil, insuficiência de bandejões, entre tantas outras demandas que não garantem a permanência dos estudantes na universidade. Essa realidade é ainda mais grave nos campi do interior.

Diante dessas condições de trabalho e ensino, deflagrou-se a greve dos docentes. Por entender que estas questões também afetam a vida dos estudantes, em diversas Instituições Federais de Ensino Superior (IFES), tem sido realizadas assembléias estudantis para debater o assunto e muitas delas já entraram em greve estudantil.

Aqui na UFF não foi diferente. No conselho de Centros e Diretórios Acadêmicos, com um número expressivo de 49 CA’s e DA’s, debatemos pela primeira vez sobre o tema e convocamos uma Assembléia Geral dos Estudantes para pensarmos nossa posição.

Contando com a participação de cerca de 800 estudantes, a Assembléia Geral foi realizada na última segunda-feira, dia 21 de maio de 2012.
Após um amplo debate, a Assembléia entendeu que a Greve dos
Professores era também um processo de mobilização dos estudantes, uma vez que ficou evidente nas pautas abordadas a falta do comprometimento do Estado com a educação pública do país.

ESTUDANTES DA UFF ENTRARAM EM GREVE!

Nacionalmente professores, estudantes e técnico-administrativos vêm se organizando com esta mesma pauta: Educação não é mercadoria.

Os estudantes ao longo desses últimos anos têm realizado ocupações de reitoria, atos no conselho universitário, encontros de interior, congressos estudantis, plebiscito contra os cursos pagos, pela defesa de uma universidade publica, gratuita e de qualidade.

A nossa greve não vem no sentido apenas de apoiar a pauta dos
professores, mas de construir a nossa, dando continuidade à última ocupação de reitoria, onde tivemos uma carta de reivindicações assinada pelo reitor que ainda não saíram do papel.

Questões como:
*Suspensão dos cursos pagos (aprovado em plebiscito)
*Paralisação imediata da Via Litorânea e Via 100
*PM fora da UFF!
*Bolsas: Aumento no número de bolsas, equiparação com o salário mínimo e vigência de 12 meses
*Bandejão: Inauguração do bandejão do HUAP e venda dos tickets na Praia Vermelha
*Moradia: Inauguração imediata da moradia estudantil de Rio das Ostras e do Gragoatá
* Creche UFF: contratação imediata de professores efetivos, autonomia e seguro-acidente

Porém entendemos que a greve só irá alcançar resultados se todos os estudantes participarem de sua construção, trazendo os problemas que enfrentam no cotidiano da Universidade.

 

Sobre Bárbara

Estudante de Ciência da Computação.
Esse post foi publicado em informativos. Bookmark o link permanente.

Uma resposta para Carta aberta do comando de greve estudantil

  1. MARCIUS NADAL MATOS disse:

    Sou advogado no Paraná. Está história de carteira acoplada a logo do Santander é ilegal. Se na parte de trás existe o símbolo do Santander. Estou movendo ações individuais como estratégia para uma ação civil pública. Logicamente o santander quer pegar de graça os dados de todos como aconteceu recentemente no TSE e Serasa. Peço telefone de contato, Meu telefone é (42) 3224-3504/(42) 8845-8113. Marcius Nadal Matos OAB/PR 22.865

Deixe um comentário